Há sempre uma primeira vez para tudo e votar não pode ser exceção - resta saber se será consciente ou não.
Escrevo porque sou fruto de uma geração que nasceu em liberdade, porque sou jovem e porque me interesso pelo futuro do meu país. Escrevo porque quero que as próximas gerações possam viver em estados democráticos. Escrevo por estas e por muitas mais razões, mas principalmente porque a mudança está nas nossas mãos.
Todos possuímos características comuns que nos levam a praticar determinadas atividades e a estudar certas matérias. Um rapaz que passa 2 horas fechado numa sala a tocar guitarra perdendo a noção do tempo possui um gosto particular por música. Uma rapariga que treina exaustivamente natação, abdicando de saídas com amigos, possui um gosto particular por nadar. Somos assim - especializamo-nos no que nos atrai.
Na escola ensinam-nos os rios, os recursos expressivos, as equações e inúmeras ferramentas para utilizarmos no futuro. A escola não ensinou os acordes ao rapaz que gosta de tocar guitarra, nem muito menos a rapariga a nadar. Inconscientemente encontraram ferramentas que os levaram a saber mais daquela matéria.
Tenho 18 anos e nasci/cresci com o interesse natural de ouvir discursos, analisar propostas e perceber como se constrói um país melhor através da arte mais nobre da nossa sociedade - a política. Frequento o primeiro ano do ensino superior tal como a maioria dos meus amigos que também se especializaram em diversas áreas e contribuem à sua maneira para a sociedade.
A escola formou-nos para diversas áreas, mas não para as que na sua maioria fazem sair todos os meus amigos da cama e viverem felizes. O Lourenço é um amigo meu que gosta de fazer os outros rir e enche auditórios com o seu talento. A Joana lida com todo o tipo de desigualdades e reúne equipas de voluntariado. A Benedita partilha o amor que tem pela cozinha e cria recitas originais. O Manuel vive em cima do skate e sente o sabor da vitória todos os dias quando uma criança inicia os seus primeiros passos.
Todos estes exemplos são reais. A escola é sem dúvida uma das maiores ferramentas para combatermos o elevador social de forma a formar cidadãos nas matérias comuns da nossa vida e para decidirmos o que nos faz sair da cama todos os dias.
Muitos jovens da minha idade queixam-se (e com razão!) de que a escola não lhes deu ferramentas para se informarem e para votarem conscientemente no dia 10 de março - e não posso deixar de concordar. Tal como o meu gosto por discutir assuntos que nos rodeiam foi muitas vezes silenciado. Este pensamento não nos pode prender de contribuir para uma mudança tão importante. A escola também não lhes deu as ferramentas para a maioria das suas causas, mas eles foram atrás. Não deixaram de ser bons nas suas aéreas porque a escola não os motivou ou formou.
A política é a arte das artes. Sem ela não havia, mesmo, a liberdade de fazerem o que vos preenche e, por isso, convido-vos a irem atrás desta escolha informada. Mas como?
Falem com pessoas mais velhas. Tirem dúvidas com estudantes de ciência política. Leiam os programas eleitorais. Não se remetam a excertos descontextualizados do tik tok, ou do Twitter. Vão a debates em Universidades, ou discutam com amigos o que pensam.
É muito melhor sermos críticos de maneira construtiva. É fundamental que não nos limitemos a chavões que ouvimos diamiariamente.
Aprendam para não nos afastarem desta arte e sobretudo para os vossos filhos não passarem pelo que vocês estão a passar.
Apenas alguém que quer mudar…
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